sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Clave de Ti. Conhecem?

Sabem o que é musicoterapia? Conhecem as suas vantagens? Já pensaram fazer este tipo de terapia?
Se têm alguma dúvida nas respostas a estas perguntas fiquem por aí que não se vão arrepender.
Fui falar com a Marta Carvalho que me esclareceu todas as dúvidas sobre as maravilhas da musicoterapia e deu-me a conhecer o seu novo projecto Clave de Ti, que tem em parceria com a sua amiga e colega Joana Bolito e a quem se juntou a Margarida Arcanjo. São as três musicoterapeutas que nos prometem fazer acreditar nas diversas vantagens da terapia através da música.

Marta Carvalho e Joana Bolito
Em conversa com a Marta, explicou-me que a paixão pela música já vem de há muito tempo, devido ao impacto que esta provoca em si. O seu interesse pela musicoterapia surgiu aquando da leitura do livro Musicofilia de Oliver Sacks e desde então que fala da música e das suas potencialidades com o entusiasmo que pude testemunhar durante a nossa conversa. Afirma que a música tem a capacidade de influenciar as nossas vidas, tanto para o bem como para o mal e que nos pode ajudar ao nível da nossa expressão emocional. "Cada um sente a música à sua maneira. Acredito muito no potencial da música e por isso interessei-me pela musicoterapia".
Na tentativa de explicar de uma forma simples o que é a musicoterapia, esclarece que é uma intervenção terapêutica, centrada na pessoa, e que pretende ajudá-la, tratá-la ou pode ainda, funcionar apenas para desenvolvimento pessoal. "Na psicoterapia o mediador é a verbalização e na musicoterapia, é a música. A vantagem desta terapia é que não nos obriga a falar, podemos expressar-nos a tocar ou a ouvir música. Não existe preocupação estética, não tem de soar bem, a música tem de soar ao que faz sentido. Tem de ser espontâneo". Os objectivos não são então musicais, mas sim terapêuticos e são específicos para cada pessoa e para cada caso. Confirma que não é necessário saber música ou saber tocar um instrumento para fazer sessões de musicoterapia. No entanto, embora possa parecer que se trata apenas de um momento lúdico, esta terapia tem muito mais que se lhe diga. "Estão-me sempre a perguntar: que música me darias para ouvir?" (risos). "Não, não é assim tão simples, não é assim que funciona. Cada pessoa tem a sua identidade musical, cada pessoa sente a música à sua maneira e a primeira coisa que um musicoterapeuta tem de fazer é descobrir essa identidade e trabalhar com esse material que é muito pessoal".
A Marta trabalha neste momento com crianças que têm dificuldades emocionais e de comportamento e acredita que a música, por ser tão flexível, pode ajudá-las a controlarem melhor as suas emoções. "Quando fazemos música exercitamos a cabeça, estamos focados no que estamos a fazer e isso ajuda-nos a encontrar um equilíbrio. A ideia nunca é dificultar. Não há objectivos musicais e por isso não vai sendo cada vez mais difícil como acontece no ensino". Sublinha que a relação entre o musicoterapeuta e o paciente é extremamente importante, pois é através dessa relação e das experiências musicais que vão partilhar, que este irá explorar as suas vivências e aperceber-se dos seus problemas. "Com a música, facilmente nos sentimos confortáveis e como é muito flexível, tanto podemos fazer algo mais estruturado, como podemos fazer algo mais livre".
As sessões podem começar com improviso, de forma a ir ao encontro do paciente, sendo que por vezes os resultados são surpreendentes e o mesmo sente-se capaz de desabafar ao som da música que está a produzir. Começa então, a aceitar os seus problemas, naquele ambiente relaxado onde encontra liberdade para expressar as suas emoções. "Eventualmente até encontra forma de lidar com os seus conflitos".


As sessões podem ser individuais ou em grupo, dependendo dos casos, e pode ser feita com qualquer pessoa, nem que seja apenas para desenvolvimento pessoal. A Marta é da opinião que todos devíamos fazer psicoterapia e lembra que a musicoterapia é uma excelente opção. Pode também, ser uma alternativa para pessoas com doenças neurológicas, deficiências motoras, crianças com défice de atenção, idosos e grávidas. "Os idosos gostam muito de recordar memórias antigas e por isso tentamos reviver experiências do passado, mas sem tristeza. Já com as grávidas o foco é a relação entre a mãe e o bebé de forma a reforçar esse vínculo". A musicoterapia aplicada a grávidas pode também ajudar em situações de depressão pós-parto.
Concluímos então, que a musicoterapia é um mundo que interessa explorar e conhecer, sendo que pode ter repercussões positivas para qualquer um de nós.

Apaixonada pela música, pela musicoterapia e pelo trabalho que tem vindo a desenvolver, decidiu então aceitar o desafio proposto pela sua colega Joana Bolito e fazer acontecer a Clave de Ti. "Quando acabámos o curso estávamos decididas a arranjar emprego e a Joana teve esta ideia para divulgarmos o nosso trabalho e eu aceitei". Confessa que não tem sido fácil, pois admite que ainda existe algum preconceito relativamente à musicoterapia e por isso esclarece que "apesar de ser uma terapia feita de forma lúdica, existe muita seriedade em todo o processo e os resultados são visíveis". No entanto, acredita que devagar, as pessoas vão começando a perceber as vantagens da musicoterapia.


O nome está relacionado com as claves utilizadas na notação musical (clave de sol, fá e dó), cada uma com a sua função e com a sua característica, tal como cada um de nós. "Cada pessoa tem a sua clave, com as suas características e musicalidade por explorar". O objectivo da Clave de Ti é, também, divulgar e sensibilizar as pessoas para este tipo de terapia complementar que por não ser verbal, está ao alcance de vários tipos de população.
No final da nossa conversa sublinha, mais uma vez, que todos nós deveríamos fazer psicoterapia ou musicoterapia e lamenta o preconceito que ainda existe nesta área.

Ponham então os preconceitos de lado (se os tiverem) e descubram a Clave de Ti (cliquem para conhecer). A Marta Carvalho, a Joana Bolito e a Margarida Arcanjo estão à vossa espera e prometem ter a solução que podem estar cansados de procurar e não encontrar. Elas estão também no facebook (é só dar o clic)
Eu fiquei convencida.

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