terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Desta é que me passei mesmo de vez!!!

Acho que foi desta que me passei mesmo de vez. Já não bastava a ideia mirabolante de me decidir a escrever para o mundo (para o mundo digo eu!!! Para três ou quatro que gostam de ler os meus disparates) e agora deu-me também para isto!!!


Sim, deu-me para tocar guitarra (imagine-se!!!) e cantar (loucura!!!). É verdade que a música sempre fez parte da minha vida, mas daí a começar a massacrar o pessoal que anda pelas redes sociais, vai um grande passo. Mas como fui mãe há pouco tempo e ainda ando com as hormonas descontroladas, decidi mesmo dar esse passo. Honestamente acho que o resultado podia ter sido pior e agora perguntam vocês: " Pior??? Por favor Rita... Já te ouviste?!" Ok, ok... o resultado podia ter sido pior, mas também podia ter sido bem melhor, mas foi a primeira vez e voltam vocês a perguntar: "Primeira???? Pretendes continuar com o massacre?" Porque não? Também só ouve quem quer!


Desde os três anos que toco piano. Comecei muito pequenina ao colo da minha avó a tocar as primeiras notas e diziam, na altura, que até tinha jeito para a coisa. Como a família era de músicos e havia uma escola de música mesmo à porta de casa, lá comecei eu a estudar esta arte mais a sério. Contam os meus pais, que bem minorca ia para a janela ouvir os meninos que cantavam no coro e dizia que queria ir para ali. Mais tarde, com a rebeldia dos palermas treze anos, decidi deixar a música, mas acabei por ir lá parar novamente aos dezoito. Não há como fugir daquilo que mais gostamos. Hoje em dia é da música que faço a minha vida e não podia estar mais feliz. Ensino a pequenada a gostar tanto desta maravilha que é a música, como eu e até à data tem corrido muito bem.

Foi mais ou menos quando tinha este ar de croma que comecei a tocar piano.
Quando fiquei grávida, fui mandada ficar de repouso logo aos cinco meses e confesso que de início bati, bastante, com a cabeça nas paredes. No entanto, rapidamente percebi que não ia ser viável passar mais quatro meses às cabeçadas e decidi "aprender" a tocar guitarra, entre muitas outras coisas. Podia ter corrido bem melhor, mas acho que já lhe dou os toques suficientes para poder ir acampar com um grupo de escuteiros!!!! Agora fiquei na dúvida se isso será positivo ou não! Enfim, o que vos quero dizer é que se não gostaram do que ouviram bem podem culpar a minha filha porque ela, no fundo, é que foi responsável por esta minha insanidade.
Fiquei tão entusiasmada por já tocar uns quatro acordes na guitarra que achei mesmo que era capaz de fazer música com este belo instrumento e pronto, deu nisto!!!
Já agora, para todas as grávidas que são mandadas para casa, tenham calma. A solução mais fácil é mesmo mudar a cama para o lado do frigorífico, mas acreditem que há todo um mundo para descobrir dentro das quatro paredes da nossa casa, é só ter alguma criatividade e não desanimar.
Enfim, peço desde já desculpa aos mais sensíveis e espero que tenham gostado. Ou pelo menos, que não tenham odiado!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Os vossos rebentos também ficaram assim?

E pronto, já passou mais um Natal! Este ano foi, sem dúvida, mais especial. Com a minha cogumela cá fora, o Natal voltou a ganhar o encanto de quando eu era criança.

Os docinhos tão bons.
Apesar dos seus amorosos sete meses, a alegria com que abriu cada prenda que lhe ofereceram, foi contagiante. Agarrava-se com as suas garras pequeninas a cada embrulho que via passar pela frente e desembrulhava cada um com um prazer que me fez lembrar quando desembrulhei a minha bicicleta rosa com rodinhas e o cestinho branco à frente! Que alegria que senti naquele momento, tinha eu, talvez uns cinco aninhos. Foi assim que a minha coisa mais boa se atirou a cada prenda que lhe deram, pois embora não tenham sido muitas, foram as suficientes para fazer a festa e afinal, o Natal não é, nem deve ser só prendinhas. O papel colorido e o barulho que fazia quando lhe mexia, foi o suficiente para a encantar.


Abanava as mãozinhas e soltava gargalhadas de uma euforia que só visto e então quando saía de lá de dentro o piano com sons e luzes ou o comando com músicas sobre os barquinhos e as casinhas, aí então, a loucura atingia o seu máximo! Atirou-se aos brinquedos com uma ganância que só visto.


Se ela percebeu alguma coisa? Não, mas estava tão feliz! Para ela o Natal foi mais um dia em que a encheram de amor e carinho como deveríamos fazer com todos os que passam por nós, todos os dias. Esteve com alguns primos que ainda não conhecia e experimentou mais uns colinhos que ficaram, sem dúvida alguma, aprovados, Sorriu para todos e mostrou que gosta de nós incondicionalmente, apesar de não a deixarmos comer bolo rei (vontade não lhe faltou).


Tentei, de todas as maneiras possíveis que ela, dentro do seu vestido meticulosamente escolhido pela pirosa da mãe (eu), para este seu primeiro Natal, gostasse do dia e sorrisse o máximo de vezes que fosse possível. Acho que consegui e por isso o meu Natal não podia ter sido melhor. O Natal girou à volta dela, como todos os dias da minha vida desde que nasceu e não podia ter valido mais a pena. Afinal o que pode querer mais uma mãe para além do sorriso genuíno dos seus gordinhos?


A sua alegria e amor tão puros faz-me pensar que um dia já fomos todos assim e que de alguma forma, fomos deixando pelo caminho pequenas qualidades que nem tivemos de nos esforçar para ter. Parece que a vida às vezes nos obriga a ser piores do que já fomos, mas não devia. Acho que podíamos estar mais atentos e pôr os olhos na gente pequena que nos rodeia. Tentarmos ser todos mais genuínos não nos fazia mal nenhum e quem sabe esta não possa ser uma boa resolução de ano novo!? Vamos a isto? Tentar não custa!


sábado, 12 de dezembro de 2015

O fim de semana é assim...

O que gosto mais no fim de semana são os mimos e carinhos sem fim. Antes da minha cogumela nascer, o que mais gostava no fim de semana era de beber copos noite dentro, estar com os meus amigos até altas horas e no dia seguinte acordar tarde, bem tarde, desde que ainda fosse dia, era uma boa hora para acordar.
Agora que a minha razão de viver existe, o que gosto mais no fim de semana são os momentos de amor que só nós sabemos ter. Gosto de a ir buscar ao quarto quando acorda e levá-la para a minha cama, ou melhor, para a nossa cama, que o meu Zézinho também vai tendo os seus direitos! Mas voltando ao que interessa, gosto de a levar para a nossa cama e ali ficamos as duas, ou os três. Primeiro dou-lhe o leite porque, normalmente, está esganada de fome e depois ficamos ali nas nossas brincadeiras e gargalhadas até ficarmos cansadas.


Entre sorrisos enternecedores, beijinhos cheios de baba (se é que se pode chamar beijinhos ao que ela faz), tentativas de se sentar, quedas amparadas pelos meus braços que a irão sempre abraçar e olhares cada vez mais cúmplices, lá espreita o soninho que vai sendo cada vez mais forte (não sei se estou a falar do meu sono ou do dela) e acaba por adormecer (ela, ou às vezes só eu). Quando consigo resistir à tentação de ficar ali com ela num sono profundo, aproveito para pôr tudo em ordem e assim, quando ela acorda, continuamos com a nossa paixão. Ou então, aproveita-se para namorar com o pai, que também merecemos. Assim que ela dá o sinal, recomeçamos de onde estávamos, depois vem a sopa (e que luta que é!), a fruta (pior ainda), mais uma sesta (se estivermos com sorte), depois a papa (que adora), a sesta outra vez (se estivermos mesmo com muita sorte) e os passeios.


Aqueles passeios de fim de semana que dantes serviam para curar a ressaca, agora deixam-me a ressacar a semana inteira. É tão bom passear com os meus dois amores. É tão bom, os dois juntos, podermos mostrar o mundo à nossa borralhinha mais preciosa. é tão bom ver pai e filha amarem-se cada vez mais e amarmo-nos todos sem fim. Sabe tão bem e sabe tão bem ser assim lamechas (ainda estão aí ou já ficaram enjoados desta lamechice toda? Se ainda estão aí, deixem-me só acabar em grande).



Depois de passearmos, regressamos a casa mais cheios e mais alegres. Chegamos a casa com a certeza de que sermos pais foi a melhor escolha que poderíamos ter feito, apesar das dificuldades que às vezes encontramos. Sermos pais tornou-nos maiores, fez-nos ser mais e melhor. Sermos pais, deu-nos a conhecer uma Rita e um Zé que não conhecíamos. Sermos pais, é voltarmos a aprender como se fossemos pequeninos. Sermos pais, é voltar a ter o coração de uma criança. Sermos pais, é sermos tantas coisas numa só, que nos sentimos perdidos sem vontade de nos voltarmos a encontrar.






quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

E tu? És ignorante?

Adoramos todos ser ignorantes. Ou melhor, não vamos generalizar, mas muitos adoram ser ignorantes. Parece-me ser algo que satisfaz muita gente. Quem sabe, por ser mais confortável, menos cansativo. Por vezes, a ignorância deixa-nos mais felizes, ou pelo menos, não nos traz tanta tristeza. Há alturas em que não saber, é bem melhor. Ter conhecimento de certas e determinadas coisas, dá-nos a conhecer um sabor amargo que não queremos, de maneira nenhuma, experimentar. Talvez por isso, o não saber, às vezes, seja melhor. Na dúvida, mais vale ficar sem saber, sem conhecer, sem ver, sem provar, sem sequer imaginar. O medo é tramado e a ignorância também.

A ilusão de saber
Por outro lado, o saber ocupa lugar e talvez dê demasiado trabalho a alguns, arranjar espaço. Para além disso, a nossa cabeça já está tão cheia do que é vazio! O vazio que nos ocupa tanto tempo e espaço é mais perigoso do que parece, embora ache que bem doseado até faz bem. No entanto, dosear a carga de vazio que podemos receber, nem sempre é fácil e a maior parte das vezes ficamos mais cheios de vazio do que gostaríamos, ou se calhar, há quem nem se importe porque a ignorância sabe tão bem!

Ignorância
Gostava que todos fossem mais cheios para que pudessem ser preenchidos. Há momentos em que sinto que ando pela rua a ver bolhas de ar em forma de gente, bolhas gigantes cheias de si e cheias de nada. Parece-me, que há mais pessoas cheias de vazio do que aquilo que eu gostaria e de tão cheias de vazio que estão, acreditam estar cheias a sério.

Cheio de vazio
De modo geral, sinto que andamos por aí, na nossa vida tão cheia e vazia, demasiado preocupados com o que não interessa. É fácil esquecermo-nos de como esta viagem acaba rápido e cairmos na monotonia dos dias que passam tão rápido e que custam tanto a passar. Se por um lado não nos devemos preocupar com questões de pouco relevo, por outro, também não há necessidade de nos tornarmos tão superficiais. Se por um lado uma cabeça oca é mais fácil de carregar, por outro, uma cabeça cheia torna o peso mais leve. Se por um lado a ignorância sabe bem, por outro, o conhecimento tem um sabor que não devemos deixar de provar.
Ignorância qb, mas nunca exageremos.